PASTORAL VOCACIONAL


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Especial: Equipe de Comunicação do SNSA conversa com o Pe. Josinaldo Pereira

DA REDAÇÃO

A Equipe de Comunicação do SNSA esteve em recente conversa com o Padre Josinal Pereira de Lima (Reitor do Seminário e Coordenador da Comissão Diocesana de Vocações e Ministérios da Diocese de Cajazeiras). Nesta entrevista o padre Josinaldo fala sobre o Ano do Animador Vocacional e sobre o Despertar Vocacional Misto que irá acontecer neste dia 14 de Maio no Seminário.

Equipe de Comunicação do SNSA– Qual o papel do animador vocacional? 
Pe. Josinaldo-Ser animador vocacional é também uma vocação.É uma pessoa que vive com alegria, que conseguiu dá sentido à existência, mediante cultivo da fé em Jesus Cristo e a sua Igreja. Este exerce um papel fundamental na Igreja devendo:
- Criar um clima e ambiente vocacional nas pessoas, famílias e na comunidade.
- Suscitar vocações: despertar nos membros do povo de Deus à vontade e a disposição
de estarem atentos aos chamados concretos de Cristo e da Igreja, em sua vida pessoal e na realidade eclesial.
- Discernir as vocações: ajudar a cada cristão a descobrir, em suas ânsias e tentativas de compromisso, as afinidades profundas do seu ser em relação com a função concreta no corpo da Igreja.
- Cultivar opções: orientar e acompanhar o cristão em seu compromisso concreto e histórico, para um maior descobrimento e crescimento vivencial que o leve à maturidade da opção da comunidade da Igreja, tanto na linha da santidade como na do ministério.

Equipe de Comunicação do SNSA – Fale-nos um pouco sobre o ano do animador vocacional.
Pe. Josinaldo-Este ano do animador vocacional é uma resposta aos apelos feitos pela Igreja, através do 3º Congresso Vocacional do Brasil, realizado no ano passado. Tem como objetivo fortalecer e consolidar o trabalho de animação vocacional, através da formação de animadores e da articulação das equipes do SAV (Serviço de Animação Vocacional) em todo o nosso regional Nordeste 2 e de modo particular em nossa Diocese.

Equipe de Comunicação do SNSA– De que forma os cristãos estão respondendo a vocação?
Pe. Josinaldo-Atualmente existe uma grande confusão na cabeça das pessoas em relação ao exercício da fé. O pluralismo religioso, o individualismo, a indiferença religiosa geram reações diferentes em cada pessoa. Assim encontramos cristãos que ainda não se definiram em relação à fé e a sua prática; outros vivem mudando de Igreja conforme as suas necessidades particulares ou conveniências. Por outro lado, cresce a necessidade de cristãos convictos e verdadeiramente identificados com a Igreja, como afirma o Documento de Aparecida, discípulos missionários. Por isso é urgente o trabalho da animação vocacional: ajudar os cristãos a encontrar o seu lugar na Igreja.

Equipe de Comunicação do SNSA–Convite para o despertar vocacional.
Pe. Josinaldo-Dia 14 de maio acontecerá em Cajazeiras o primeiro despertar vocacional deste ano. O tema refletido será: discípulos missionários a serviço da Palavra. O objetivo é ajudar os jovens a assumir uma vocação especifica na Igreja, seja como agente de pastoral ou um ministério consagrado ou ordenado. Para isso convidamos todos os jovens interessados em descobrir qual o chamado de Deus em suas vidas. Deus nos chama e nós na gratuidade e liberdade devemos dar a nossa resposta.    

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Mensagem do Papa Bento XVI para o 48º Dia Mundial de Oração Pelas Vocações



Queridos Irmãos e Irmãs!
O 48:. º Dia Mundial de Oração Pelas Vocações Que, soros celebrado nenhum dia 15 de Maio de 2011, IV Domingo de Páscoa, CONVIDA-NOS uma reflectir Sobre o Tema ” Propor como vocações nd Igreja local ».Traduza Anos Sessenta, o Venerável Papa Pio XII instituiu umparágrafo Pontifícia Obra Vocações Sacerdotais como . DEPOIS, muitas dioceses em, FORAM fundadas Pelos Bispos de obras semelhantes, Animadas Por Sacerdotes e Leigos, correspondendo AO Convite do Bom Pastor, quando, «ver AO como multidões, encheu-Se de compaixão Por ELAS, fatigadas e abatidas Por andarem Como SEM Ovelhas »pastor e Disse:« A messe e grande, MAS OS Trabalhadores São poucos. Pedi, POIs, AO dono da messe mande Que Trabalhadores parágrafo um SUA messe »( Mt 9, 36-38).
A PROMOVER de arte e Cuidar das vocações hum Encontra luminoso Ponto de Referência NAS Páginas do Evangelho, Onde Jesus Chama OS SEUS Discípulos O Seguir Pará e educa-AMOR COM OS e solicitude.Objecto da Nossa Atenção especial o E MoDo Como Jesus Chamou OS SEUS Mais Íntimos Colaboradores um anunciar o Reino de Deus (cf. Lc 10, 9). Pará Comecar, ve-se Claramente Que O Primeiro acto FOI uma Oração enguias Por: pingos de Chamar os, Jesus Passou uma Sozinho Noite, Oração EM, da Escuta Vontade do Pai (cf. Lc 6, 12), n’uma interior Acima Elevação das Coisas de Todos os Dias. A vocação dos Discípulos Nasce, precisamente, não Íntimo Diálogo de Jesus com o Pai. Como vocações sacerdotais Ministério AO e A Vida consagrada São Fruto, primariamente, hum Contacto com o Deus vivo Constante de Oração e de UMA insistente Que se elevação da OA «Dono da messe» Quer NAS comunidades paroquiais Quer NAS, Famílias Cristas, nsa Quer vocacionais cenáculos .
Ó Senhor, não Início da SUA Vida Pública, alguns pescadores Chamou, estavam Que trabalhar um NAS Margens do Lago da Galiléia: “Vinde e Segui-me, e farei de Vos Pescadores de Homens» ( Mt 4, 19).Mostrou-lhes um SUA Missão Messiânica com numerosos «Sinais», Que indicavam o Seu amor Pelos Homens da Misericórdia EO dom do Pai, educou-os com uma Palavra e com a Vida, de estarem prontos MoDo um par serviços OS continuadores da SUA obra de Salvação; Por FIM, «Sabendo Jesus Que chegara um SUA Hora de Passar Mundo deste parágrafo o Pai» ( Jo 13, 1), confiou-lhes o memorial da Morte e Ressurreição SUA e, os antes de subir AO Céu, enviou-os Por TODO O Mundo com Mandato Este: «Ide, POIs, Fazer Discípulos de Todas As Nações» (Mt 28, 19).
A Proposta, Que Jesus FAZ Às PESSOAS AO Dizer-lhes «Segue-Me!», E Exigente e exaltante: CONVIDA como um ENTRAR NA SUA Amizade, um Escutar Perto de uma EA SUA Palavra Viver com marca Ele; Ensina-lhes um Dedicação Deus um total e à PROPAGAÇÃO do Seu Reino, Segundo uma lei do Evangelho: «Se o grão de trigo CAIR NA terra e nao Morrer, FICA tão elementos, mas, se Morrer, da Muito Fruto” (Jo 12, 24); CONVIDA -como Sair da SUA Fechada Vontade, da SUA ideia de auto-Realização, parágrafo embrenhar-se noutra Vontade, de um Deus, deixando-se Guiar Por ELA; Faz-lhes Fraternidade in Viver, Desta DISPONIBILIDADE Que Nasce um total Deus ( cf. Mt 12, 49-50) e se Torna o Sinal Distintivo da COMUNIDADE de Jesus: «O Sinal Por quê Todos vos hao-de reconhecer Como Meus Discípulos e terdes amor uns EAo Outros» ( Jo 13, 35).
Tambem Hoje, o Seguimento de Cristo e Exigente; Significa Aprender a ter o Olhar Fixo in Jesus, intimamente Conhece-Lo, um Escuta-Lo nd Palavra eA Encontra-Lo nsa Sacramentos; Significa Aprender a conformar um Própria Vontade D’marca Ele . Trata-se de UMA Verdadeira e Própria Escola de Formação n. Quantos se preparam par o Ministério sacerdotal EA Vida consagrada, um soluço Orientação das Autoridades eclesiásticas compétentes. O senhor nao Deixa Chamar de, TODAS in As Estações da Vida, parágrafo Partilhar uma SUA Missão SERVIR e não uma Igreja Ministério Ordenado e nd Vida consagrada, EA Igreja «Chamada e um dom Este Proteger, uma estima-lo e ama-lo: Ela É Responsável Pelo Nascimento e Pela Maturação das vocações sacerdotais “( João Paulo II , Exort. ap. Pós-Sinodal Pastores dabo vobis , 41) .Especialmente Neste tempo, Que in A Voz do Senhor Parece sufocada Por «Outras Vozes» EA PROPOSTA de O Seguir oferecendo um Própria Vida PoDE O PARECER Demasiado Difícil, Comunidade Cristã CADA, CADA sentir, Deverià assumir, conscientemente, o Compromisso de PROMOVER como vocações. Importante e encorajar aqueles APOIAR e mostram Que Claros Sinais de vocação sacerdotal à Vida e à consagração religiosa, de MoDo Que sintam o entusiasmo da COMUNIDADE Inteira quando dizem o Seu «sim» a Deus e à Igreja. Parte da minha, semper OS encorajo Como Fiz quando escrevi EAo Que ENTRAR decidiram se não Seminário: «Fizestes Bem [em Tomar ESSA DECISÃO], PORQUE OS Homens semper Terao necessidade de Deus – MESMO NA Época da Técnica do predomínio não Mundo da Globalização e -, que Deus mostrou Que Se um NOS in Jesus Cristo e nsa reúne nd Igreja parágrafo, aprender com marca Ele universal, e Por Meio d’Ele, a Vida Verdadeira e MANTER Presentes e tornar eficazes OS Critérios da Verdadeira humanidade »( Carta Seminaristas EAo , 18 de Outubro de 2010).
É Preciso Que CADA Igreja local se Torne CADA Vez Mais sensível e atenta à pastoral vocacional, Educando um familiar Nível, Associativo e Paroquial, sobretudo adolescentes e SO OS Jovens – Como Jesus fez com OS Discípulos – Uma maturarem parágrafo Genuína Amizade e afectuosa com o Senhor, Cultivada nd Pessoal Oração e Liturgica; aprenderem um parágrafo Escuta atenta e frutuosa da Palavra de Deus, atraves de UMA familiaridade com Crescente como dos sagradas Escrituras; compreenderem Para quê ENTRAR NA Vontade de Deus nao NEM aniquila Destrói uma Pessoa, MAS Descobrir e de Permite Seguir uma Verdade Mais profunda de si mesmos; viverem um par gratuidade NAS RELAÇÕES COM eA Fraternidade other OS, PORQUE tão Abrindo-SE AO amor de Deus e Que se Encontra uma Verdadeira alegria bis Plena Realização das Próprias aspirações. «Propor como vocações nd Igreja local» Significa ter uma Coragem de indicar, atraves de pastoral vocacional UMA atenta e adequada, Exigente Este Caminho do Seguimento de Cristo, Que, Rico de Sentido, e Capaz de Envolver Toda a Vida.
Dirijo-me particularmente uma vos, queridos Irmãos não Episcopado. Pará e Difusão Dar Continuidade à Vossa Missão de Salvação in Cristo, «promovam o Mais Possível como vocações sacerdotais e Religiosas, e de MoDo particular como Missionárias» (Decr. Christus Dominus , 15). O Sr. Precisa da Vossa colaboração, parágrafo Que o Seu Chamamento POSSA Chegar EAo Corações de marca Ele Quem escolheu. escolhei OS Cuidadosamente dinamizadores do Centro Diocesano de Vocações, Instrumento precioso de Promoção e Organização da pastoral vocacional e da Oração Que Sustenta e uma Garante um SUA Eficácia. also Quero Recordar-Vos, Amado Irmãos Bispos, a solicitude da Igreja universal Por UMA Distribuição Equitativa dos Sacerdotes não Mundo. A DISPONIBILIDADE Vossa face com um dioceses escassez de vocações Torna-SE UMA Bênção de Deus como parágrafo vossas comunidades e constitui, fiéis OS Pará, o Testemunho de hum Serviço sacerdotal Que se Abre generosamente Às Necessidades da Igreja Inteira.
Concílio Vaticano II recordou, explicitamente, Que o «Fomentar Dever de Pertence como um vocações Cristã Toda uma comunidade, Que como DEVE PROMOVER UMA sobretudo Mediante plenamente Vida Cristã» (Decr. totius totius , 2). Por ISSO, Desejo Dirigir UMA fraterna Saudação de um encorajamento especial Quantos colaboram de Vários Modos NAS COM OS Sacerdotes paróquias. Em particular, dirijo-me àqueles Que podem oferecer um Própria Contribuição par uma pastoral das vocações: OS Sacerdotes, como Famílias, catequistas OS, OS animadores. Aos Sacerdotes Que sejam capazes de hum recomendo Dar Testemunho de Comunhão com o Bispo e com OS Irmãos Outros sem sacerdócio, garantirem o parágrafohúmus vital EAo Novos rebentos de vocações sacerdotais. Que sejam como Famílias «Animadas Pelo Espírito de Fé, de Caridade e piedade» ( Ibid ., 2), capazes de ajudar OS Filhas e Filhos como um acolherem, com generosidade, o Chamamento AO sacerdócio e A Vida consagrada.Convictos da SUA Missão Educativa, catequistas e SO OS animadores das Associações Católicas e dos Movimentos Eclesiais «de tal forma procurem cultivar o Espírito dos adolescentes um si confiados, enguias Que possam SENTIR e de bom grado Seguir uma vocação divina» ( Ibid ., 2 ).
Queridos Irmãos e Irmãs, o vosso empenho nd Promoção e Cuidado das vocações adquirir a plenitude de Sentido e Eficácia de pastoral, quando se Realiza nd Unidade da Igreja SERVIR visto e uma Comunhão. E Por Que ISSO de Todos os Momentos da Vida Comunidade da eclesial – a catequese, OS Encontros de Formação, um Liturgica Oração, como peregrinações EAo Santuários – São UMA OCASIÃO suscitar parágrafo preciosa não Povo de Deus, in Mais particular nsa nsa Pequenos e Jovens, O Sentido de pertença à Igreja bis in Responsabilidade responder, COM UMA Opção Consciente e livre, AO n º Chamamento o sacerdócio EA Vida consagrada.
A CAPACIDADE de como cultivar vocações e Sinal característico da Vitalidade de UMA Igreja local.Invoquemos, Confiança e com insistência, um parágrafo Que Ajuda da Virgem Maria, seguindo o Seu Exemplo de Acolhimento do Plano Divino da Salvação e com uma SUA Eficaz intercessão, SE POSSA difundir Ao No Âmbito de CADA COMUNIDADE DISPONIBILIDADE um parágrafo «sim» Dizer Senhor, Que nao cessação de Chamar Novos Trabalhadores parágrafo um SUA messe. Com Estes votos, concedo de um Coração ‘todos’ A Minha Bênção Apostólica.
Vaticano, 15 de Novembro de 2010 .
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DIOCESE DE CAJAZEIRAS PB
SEMINÁRIO NOSSA SENHORA DA ASSUNÇÃO

TESTEMUNHO VOCACIONAL

Posso dizer que vocação é um diálogo entre Deus que chama e o homem que responde, formando uma só realidade e atingindo toda a personalidade do ser humano. “Deus, que é Santo e nos ama, nos chama por meio de Jesus a sermos santos” (Ef.1,4-5).


Posso dizer que tudo começou quando passei a freqüentar a Igreja da minha cidade (Igaracy-pb). Falo isto porque foi lá na Igreja aonde eu me senti envolvido por um sentimento de paz que tomava conta de todo o meu ser. Mas reconheço que outros sentimentos me invadiram, deixando-me confuso, mas ao mesmo tempo Deus falava para mim naqueles momentos através das missas, encontro de jovens e o programa sonoro da Igreja Matriz, que tem ainda hoje ás seis horas da manhã, que tem como título de identificação: “Despertar da manhã com a palavra de Deus”.

O que me chamava atenção eram as celebrações das Santas Missas, cada vez mais eu tomava gosto de participar, não sei se aqui caberia a palavra participação, era bem verdade que eu assistia as Missas.  Isto porque minha família não é lá tão religiosa e justamente por isso é que me faltava muito conhecimento sobre quase tudo no que diz respeito à religiosidade. Mesmo assim, eu sem incentivo familiar continuei alimentando o gosto de dobrar os joelhos ao chão e conversar com Deus. Foi nestes momentos que senti fortemente inúmeras vezes que Deus queria ver-me mais de perto, tornar-me seu porta voz, não para as multidões, mas primeiramente para a minha família. Com isso passava a idéia de um dia ser sacerdote, Isto é, imitar Jesus o máximo que eu possível. Contudo não foi fácil, primeiro eu tinha muito medo da reação dos amigos, inclusive da minha família, ao saber que eu desejava ser padre. O tempo passou e aquela idéia se fortalecia a cada dia, eu já não podia esconder das pessoas, pois elas vinham até mim e perguntavam se eu queria ser padre, eu negava balançando com a cabeça e falava que não, aquilo gerava em mim uma grande tristeza, mas eu continuava a levar minha vida, até então acontecer um movimento missionário que ocorre na nossa Diocese de Cajazeiras: As Jornadas Missionárias dos seminaristas, em minha cidade aconteceu uma delas, lá conversei com alguns seminaristas e os mesmos aconselharam-me a falar para o padre daquela localidade, Pe.Jacson Sá Mendes. Estava reunindo forças para contar ao padre e aconteceu que o próprio padre chegou a te mim e perguntou se eu desejava participar do encontro vocacional diocesano na cidade de Cajazeiras, aquilo foi uma surpresa, naquele momento eu fiquei espantado, quase sem forças para respondê-lo e disse que sim. Confesso que foi atitude que eu nunca irei arrepender-me de tê-la cometido.
Com isso passei a participar dos encontros no Seminário Nossa Senhora da Assunção e consegui graças ao meu Bom Deus ingressar ao seminário no ano seguinte no dia 27/02/2007, e hoje já estou no término do curso de Filosofia realizando-se na FUNDAÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DE CAJAZEIRAS-FESC. FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊCIAS E LETRAS DE CAJAZEIRAS-FAFIC.
Espero que Deus permaneça abençoando-me a cada dia durante esta longa caminhada. Desejo a todos os meus formadores como também aos formandos que o Espírito Santo, com sua ação invisível, mas eficaz, guie a todos inclusive ao nosso Pai e Pastor da nossa Igreja, Dom José González Alonso. Por fim agradeço a todas as pessoas que acreditam na minha vocação.

Seminarista: Aulucelio de Almeida Batista.
Vida e santidade é vida de identidade assumida, fortalecida e aprimorada”



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O  PERFIL DO PRESBÍTERO BRASILEIRO
                                          Pe. Pedro Felix Bassini

INTRODUÇÃO:
Para compreender uma realidade é preciso enquadrá-la em símbolos e esquemas. Tais cortes e prismas favorecem uma visão, uma leitura que deixam sempre escapar aspectos importantes da vida, pois ela é dinâmica e extrapola qualquer esquema.
Na tentativa de compreender melhor o Presbítero na Igreja do Brasil, nestes últimos anos a Comissão Nacional de Presbíteros tem se valido de várias pesquisas e muitas análises por parte de estudiosos da questão. Não é fácil traçar um perfil que seja condizente com um número aproximado de dezoito mil presbíteros espalhados em todo o território nacional, formados em diversas mentalidades eclesiológicas, com critérios vários e para objetivos múltiplos. Que Presbítero para que Igreja? Que eclesiologia está alicerçando os objetivos da formação presbiteral? Que critérios são usados na seleção dos candidatos? E muitas outras questões existenciais que precisam ser averiguadas para se ter com maior abrangência um perfil condizente com a realidade dos Presbíteros do Brasil. Diante destes desafios e com toda a diversidade no jeito de a Igreja ser no Brasil, em meio a estas rápidas mudanças sócio-culturais, proponho um quadro de como se apresenta o Presbítero hoje na Igreja do Brasil.

ESPAÇO HISTÓRICO:
Para uma melhor compreensão do momento atual da vida e ministério do presbítero brasileiro, olhamos um pouco para trás, não muito atrás, somente o suficiente para que o foco não se disperse. Partimos do ano de 1985 e toda a movimentação em torno da realização do primeiro encontro nacional de presbíteros. A relação presbítero – bispo e vice-versa, estava marcada por intruncamentos. Havia a necessidade de um espaço para desabafos e construção do diálogo. Os primeiros encontros nacionais foram palco para esses acontecimentos. A Comissão Nacional de Presbíteros sustentou seus objetivos e com sabedoria garantiu a continuidade do processo. A experiência foi mestra na dinamização dos encontros e a co-responsabilidade dos presbíteros favoreceu essa integração.
Assim, as Igrejas particulares foram cada vez mais envolvidas, toda a revolta dos primeiros tempos foi se dissolvendo pela maturação adquirida no decorrer do processo. Hoje, quase todas as dioceses preparam em presbitério a participação de seu delegado ao encontro nacional.
A necessidade fez ver que outros passos precisariam ser dados para uma melhor efetivação dos objetivos. Na compreensão do presbitério, formado a partir do sacramento da Ordem, parecia faltar o diálogo interacional para se chegar à comunhão. A Comissão Nacional de Presbíteros propõe então a formalização da “Pastoral Presbiteral”. Com a elaboração de uma cartilha simples e objetiva, apresentou uma estruturação para essa pastoral.[1]
Daí nasceu um audacioso projeto que, em sua primeira fase, culminaria numa assembléia geral do episcopado, tratando da Vida e Ministério dos Presbíteros como tema central da assembléia. Para isso várias pesquisas foram elaboradas e executadas. A primeira tratou de um levantamento feito junto aos presidentes das comissões regionais de presbíteros para saber quais eram as reais necessidades do presbiterado nacional. A segunda, já com capacitação técnica e profissional, foi dirigida pelo Pe. Edênio Valle, com os delegados participantes do 9º encontro nacional: “Padre, Você é Feliz?”[2] Quis esta pesquisa medir o grau de realização do Presbítero no exercício de seu ministério. A terceira pesquisa, com um horizonte mais amplo foi encomendada ao CERIS (Centro de Estatística Religiosa e Investigação Social) com o objetivo de traçar um perfil do presbítero brasileiro. Esta pesquisa compreendeu todo o território nacional e, por amostragem, envolveu todos os presbíteros do Brasil.[3] Uma quarta pesquisa foi realizada junto aos bispos com o objetivo de saber como eles vêem os seus presbitérios, o que é dificuldade e o que lhes dá prazer![4] Estas pesquisas mostraram dados objetivos e falaram também pelo que não ficou explícito, deixando claro a necessidade de manter constante atenção sobre a temática: a eclesiologia da Igreja particular; a compreensão do Sacramento da Ordem dentro do presbitério; o relacionamento bispo - presbítero, estes com o bispo e entre si, o presbítero com os leigos, sobretudo com aqueles que assumem ministérios; a vida humana e afetiva dos consagrados; o trato com os bens materiais na partilha e comunhão solidária; Espiritualidade e capacitação para ser resposta no diálogo com a cultura atual. Isto para dar continuidade ao processo e fazê-lo evoluir na direção de uma crescente comunhão.
A 42ª Assembléia Geral do episcopado nacional, realizada de 21 a 30 de abril 2004, tratou do assunto e dos trabalhos realizados elaborou uma síntese para estudos posteriores nos presbitérios particulares.[5] Esta síntese procura mostrar as dificuldades encontradas, apresenta uma iluminação teológica e propõe pistas de solução. É importante que cada presbitério retome este estudo e apresente seu parecer com emendas e sugestões visando, no futuro, um instrumento de orientação para a Vida e o Ministério dos Presbíteros em toda a Igreja no Brasil. Nesta Assembléia os bispos escreveram uma carta fraterna aos presbíteros, onde mostram suas preocupações como ministros da unidade no presbitério e estimulando os presbíteros para continuarem a Missão com entusiasmo e vigor profético.[6]
A expectativa pós-assembléia é de continuidade da reflexão para tratar com objetividade e clareza todos os aspectos que estejam dificultando a convivência no presbitério, visando assim constituir uma Igreja cada vez mais de comunhão e participação.

OS FATOS.
Partimos dos dados estatísticos que nos dizem que a Igreja do Brasil conta hoje com um presbiterado mais jovem, mais brasileiro e mais diocesano.
Segundo a pesquisa CERIS 2003, O Perfil do Presbítero Brasileiro,[7] entre 1960 e 2000, houve um crescimento de 21,5% de brasileiros no contingente de presbíteros na Igreja, sendo que dos presbíteros diocesanos, 92% são brasileiros; e entre os religiosos, 73%. Segundo Ruiz,[8] isto se deve ao trabalho das Igrejas locais no aumento de agentes institucionais próprios. Conforme este pesquisador, “há uma forte evolução no presbiterado brasileiro de se tornar crescentemente secular, predominantemente autóctone e tendencialmente mais jovem”.
Na análise do Pe. Alberto Antoniazzi,[9] este fato é notícia boa, preocupa, porém, a “qualidade” destes homens de Deus, cuja formação não corresponde às exigências da sociedade atual. Em comparação com um passado recente, se constata um empobrecimento da dimensão intelectual e no equilíbrio humano-afetivo. As motivações para assumir o Ministério Presbiteral carecem da Mística do desapego e renúncia. Falta disponibilidade interna e liberdade para perseguir os objetivos propostos para o exercício deste Ministério.
A complexidade da sociedade moderna na sua evolução cultural e os comportamentos humanos admitidos como naturais, são fatores que condicionam também a vida dos homens que se consagram no Ministério Presbiteral. O mundo globalizado, o neoliberalismo com as exigências do mercado, a inversão de valores que o poder econômico impõe como regra de vida, a comunicação nesta era da cibernética, a logística comercial, o desafio da sustentação do poder político gerando um comportamento social com menosprezo da ética e da justiça, favorece a corrupção e os mais variados desvios de conduta humana, desmerecendo o bem comum.
Desta sociedade sai o candidato ao presbiterado e será formado para transformar esta mesma sociedade. Como resultado constatamos um enfraquecimento da dimensão profética no Ministério Presbiteral e um fechamento à missionariedade.
Não contamos ainda no Brasil, com um estudo específico para caracterização dos modelos de presbíteros que servem à Igreja. Muitos estudiosos, pela observação, em análises generalizadas, arriscam uma caracterização tipológica do Presbítero Brasileiro. Isto, se não mostra o real com dados objetivos, está próximo. Pois há coincidências nestas análises.
O padre Alberto Antoniazzi, teólogo que a muito tempo se ocupa dos assuntos relacionados ao presbiterado brasileiro, conhecendo pesquisas elaboradas, sobretudo na Europa, apresenta o perfil do Presbítero Brasileiro em quatro modelos:[10] O padre pastor, o padre light, o padre midiático-carismático e o padre tradicional, este se inspirando num jeito de ser do padre de antes do Concilio Vaticano II. Em todos estes modelos, segundo Antoniazzi, há hoje uma tendência em buscar profissionalização, quer no campo pastoral ou de outras ciências. Esta é uma característica própria deste tempo, como também um crescimento no número de Presbíteros com interesse em assumir a política partidária se candidatando a cargos eletivos.
A pesquisa realizada pelo padre Edênio Valle, Padre, Você é Feliz?[11] apontou quatro áreas de preocupação: Espiritualidade, Humano-afetiva, Relacionamento e Futuro. Focando estas quatro áreas sobre o presbiterado brasileiro, podemos ver suas inseguranças e medos; suas fragilidades e limitações.  Por estes quatro pontos podemos medir uma pessoa com fraca liderança e maior vulnerabilidade. Isto revela as direções dos futuros investimentos na formação, quer inicial, quer permanente.
A Pastoral Presbiteral tem procurado ser resposta a essas carências trabalhando organicamente as áreas vitais para uma boa integração do Presbítero em sua família presbiteral e sua realização pessoal: pela dimensão intelectual, se preocupa com sua constante atualização; com a dimensão espiritual, quer aguçar o presbítero para o seu específico campo de atuação sendo mestre em espiritualidade; na dimensão comunitária, romper com o isolamento e a solidão, criar laços de comunhão; com a dimensão pastoral, ajudá-lo a administrar sua diversidade de funções e organizar a agenda para não cair no ativismo; pela dimensão missionária, romper com os apegos, encontrar a liberdade que o torna disponível ao serviço em qualquer instância; o investimento na dimensão humano-afetiva quer ajudar o Presbítero a se reconhecer como pessoa, com os limites e carências com que sua história de vida o dotou e, desta forma, ser mais honesto em seu comportamento.
O resultado deste investimento parece utópico, porém é para onde nos aponta o Concílio Vaticano II, o Papa João Paulo II na “Pastores Dabo Vobis” e em outros pronunciamentos, o documento 55 da CNBB e toda a articulação da Pastoral Presbiteral.
           
MODELOS DE PRESBÍTERO
            Que tipo de Presbíteros tem no Brasil hoje? As pesquisas atuais de que dispomos não nos fornece uma tipologia referente aos presbíteros hoje. Estudando o contexto das pesquisas e as análises apresentadas podemos classificar algumas tendências tipológicas. Segundo minha observação, podemos ver com clareza três modelos de presbíteros e o que chamo de modelo emergente.

1. O padre pastor.
 O zelo pastoral é logo percebido em qualquer conversa com Presbíteros. É também o que a maioria do Episcopado constata. Nossos padres são zelosos no cuidado pastoral, muitos até caindo no ativismo pastoral, entrando em estresse por não resguardar tempo suficiente para o necessário recompor as energias vitais. A estrutura paroquial consome sua vida e seu tempo; o número reduzido de Presbíteros obriga-o a atender múltiplas funções na paróquia e na diocese; o grande número de comunidades e as distâncias geográficas entre elas se constituem em verdadeiro desafio para uma presença eficaz do Presbítero.
Mediante tudo isso como continuar a sua formação? Como investir na espiritualidade? Como se dedicar à comunhão fraterna com a família presbiteral? Como se atualizar com o ritmo evolutivo da sociedade?
Percebemos no “padre pastor” um modelo de dedicação e preocupação em ser resposta às exigências do povo, embora não sendo possível resolver a todas as questões a que é envolvido. Daí nascem conflitos e decepções. É um modelo apreciado pelo povo. É isto que o povo espera do padre e diante do “padre pastor”, cada fiel deposita sua esperança; por isso, quanto mais pastor, mais é procurado.

2 – O padre tradicional.
 Percebemos hoje, sobretudo a partir dos anos 90, uma tendência ao estruturalismo, conforme alguns autores, “uma volta à grande disciplina”. São padres piedosos e muito preocupados com orientação espiritual, a liturgia e comportamentos intra-eclesial. Ficam apegados a muitas normas e para tudo na comunidade tem uma norma. Ritualisticamente condicionam a comunidade a um modelo de vida normativa e sem muita criatividade. Tem a tendência em concentrar o poder e as decisões em suas mãos. Frequntemente fazem exigências quanto ao seu padrão de vida para garantir seu “status”. A moral ganha espaço para regular os comportamentos sociais. O pecado é trabalhado com a dinâmica do medo e as exigências do perfeccionismo. O inferno e o demônio estão presentes em todo discurso.
  Tal modelo de padre está mais presente nos centros das cidades e procuram centrar sua atenção na classe social com maior poder aquisitivo. Normalmente tiram tempo para o estudo, para o descanso e para o contato social que esta classe de pessoas requer. Passeios turísticos fazem parte de seu calendário anual. Ficam muito ausentes das áreas de conflito social como a periferia e fronteiras agrícolas, não se envolvem com política embora sejam “amigos” de políticos e participam de suas festas. Com freqüência buscam especialização em áreas da teologia.
   Este modelo parece ser uma reação ao modelo plasmado na América Latina pela Teologia da Libertação dos anos 60 e seguintes.
   Como promover a transformação social? Como implantar o Reino de Deus com justiça, direito e dignidade que toda pessoa requer? Como testemunhar a compaixão, se este jeito de viver exclui pela norma, sobretudo os mais necessitados de compreensão e acolhimento? Como resgatar os afastados?
   Na hora em que o povo mais precisa, esse modelo quase nunca está, sobrando para toda a Igreja às críticas e o descontentamento com o que se recebe de atenção.

3 – O padre midiático-carismático.
 Podemos chamá-lo de “modelo das massas”. Centra toda a sua atenção ministerial na mídia, parece ser o padre da mídia e não o padre na mídia. Não se importa muito com as normas eclesiais, pois precisa adaptar a sua mensagem à linguagem da mídia. Também não se preocupa com o que sua mensagem está provocando nas comunidades, pois sua consciência eclesial está sujeita à mídia.
   Pelo fato de estarem presentes em grandes movimentos de massa, corre o sério risco de se tornarem ídolos com todo o desgaste que esse comportamento social impõe. Isto tem influenciado a muitos jovens que buscam o seminário com motivações vocacionais incompatíveis com a fé e com as exigências do Ministério Presbiteral.
   Para esse modelo não há uma preocupação com a verdadeira comunicação ou comunicar as verdades fundamentais da fé, a libertação integral da pessoa segundo o jeito de Jesus, mas comunicar aquilo que vai agradar às massas para terem a audiência e se sustentarem na mídia. O que importa é a audiência, o “ibope”, o aplauso, etc. Estar na mídia é necessário, o problema é quando o presbítero se deixa instrumentalizar pela mídia e perde o eixo da Evangelização.
   Como construir a comunidade? Como estar na mídia sem interferir nos outros jeitos de ser de cada região? Como respeitar a caminhada de cada Igreja particular e ao mesmo tempo usar da mídia para maior abrangência da mensagem? Como estar na comunhão?
   O Ministério Presbiteral carrega consigo as exigências da evangelização e conforme as Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, aprovadas para o quadriênio 2003 a 2006, são: Serviço, Diálogo, Anúncio e Testemunho de Comunhão. O Presbítero midiático-carismático seria de valor extraordinário no conjunto da Evangelização assumindo e praticando tais exigências.

4. Modelo Emergente:(Ou modelo Evangelizador? Inovador?)
Chamo de modelo emergente, por não estar ainda bem definido em sua caracterização específica, pois, observando a evolução do presbiterado a partir de 1985 com a realização dos Encontros Nacionais de Presbíteros, podemos constatar o surgimento de um novo modelo de Presbítero. Houve um crescendo na consciência de ser Presbítero. Encontramos hoje muitos Presbíteros que parecem fazer uma síntese entre estes modelos citados. Despontam com um jeito dialogal e em comunhão. Não são tanto reativos, mas críticos e proativos, ou seja, investindo sempre em alternativas, quer no campo pastoral, social, ou no relacionamento interpessoal, no presbitério, na comunidade e na sociedade. Este novo modelo, podemos dizer, nascido deste processo reflexivo instaurado com os encontros nacionais e hoje aprimorado com as conquistas da Pastoral Presbiteral, que em síntese, resume os objetivos maiores dos encontros nacionais. Este modelo apresenta como característica notável o interesse de participação e colaboração no diálogo tratando reflexivamente de todas as questões pertinentes ao momento presente. Percebe-se neste modelo, maior disponibilidade à missão e o enfrentamento de situações delicadas; presença certa nas áreas de conflitos sociais e nas fronteiras da Evangelização. A identidade do Ser Presbítero não está tanto na estética, mas se pauta pela ética de um comportamento simples e sóbrio, mais desapegado e livre no trato com os bens materiais.
É um modelo que está no conflito geracional e mesmo pode ser chamado de “grupo da resistência” pois está sempre à disposição do serviço, mas tem um jeito próprio de ser, que muitas vezes não corresponde às exigências normativas. Por um lado é bem visto e querido, mas por outro, é muito questionado, sobretudo pela eclesialidade do momento que se volta com maior rigor à doutrina e costumes mais rígidos em aspectos morais.
  Encontramos este modelo quase sempre assumindo lideranças na Igreja, coordenando pastorais, articulando movimentos, estimulando a Evangelização. São os incentivadores da Pastoral Presbiteral e grandes propagandistas dos valores da vida presbiteral. São os mais interessados em profissionalizações tanto no campo filosófico e teológico, como também em outras ciências, sobretudo ligadas a assistência humanitária, tais como psicologia, sociologia, direito, assistente social, comunicação, etc.

PREOCUPAÇÕES COM O FUTURO – DESAFIOS?
Nestes últimos tempos, o processo formativo no seminário se deparou com situações novas. Devido aos custos da formação, algumas dioceses estão se valendo de seminários que apresentam custos mais baixo para a formação de seus seminaristas. Muitos observadores têm questionado a qualidade deste ensino. O vocacionado que já vem da sociedade com deficiência no conhecimento e sem uma capacitação crítica, não será capaz de fazer os discernimentos necessários a uma boa formação para o exercício do Ministério Presbiteral na conflitividade social em que será inserido. Percebemos que há uma tendência a supervalorizar a dimensão intelectual com uma espiritualidade desencarnada da realidade social. Há um favorecimento do aburguesamento, desenraizando o vocacionado de sua história existencial e abre espaço para o “carreirismo”.
Um outro fator semelhante são os seminários dirigidos por movimentos eclesiais que nem sempre respeitam as necessidades da Igreja particular em suas opções pastorais próprias. São formações que desconsideram os últimos documentos e orientações do conjunto do Episcopado e toda a preocupação da OSIB em garantir formação integral aos futuros presbíteros. Pecam por não compreender que o Presbítero deve ser formado em presbitério e para o presbitério. Que perfil terá esse Presbítero quando no exercício do Ministério? Estará ele pronto para assumir situações de conflito? Estará ele preparado para dialogar com a cultura da modernidade neste mundo globalizado? Aceitará a vida em presbitério na convivência com o diferente? Será capaz de acolhimento, diálogo, respeito e compaixão sobretudo com os queridos de Deus, os pobres?
A unidade querida por Jesus para a vida dos seus seguidores será testemunhada com mentalidades tão unilaterais? Será ele capaz de respeitar os ministérios leigos e promovê-los em sua estância de responsabilidade? A experiência tem mostrado que não adianta ter presbíteros em quantidade se o presbitério não dá sinais de união e compromisso de comunhão.
Nos encontros nacionais tem ecoado um grande clamor pelo vigor profético. Os Presbíteros sentem que o profetismo parece estar em baixa. Seria por faltar provocação ou por faltar motivação? O profeta bíblico sempre tem motivos para anunciar e denunciar. A sociedade acena e os fatos comprovam: as dificuldades com as pastorais sociais, poucos bispos e presbíteros estão nelas empenhados; as periferias das cidades estão desprovidas da presença religiosa católica, até as congregações que fizeram opção um tempo pela vida inserida, estão hoje se retirando da periferia, buscando maior “segurança” contra a violência, voltando-se para o recolhimento na instituição.  Enquanto isso a sociedade grita: “um outro mundo é possível” nas edições do Fórum Social Mundial.
A missionariedade é outro aspecto preocupante. Até congregações com carisma missionário estão se concentrando nas regiões sul e sudeste do país onde a vida eclesial está mais desenvolvida. Os migrantes destas regiões que se deslocam para as fronteiras agrícolas não são acompanhados de presbíteros e religiosos para lhes assegurar, “em terras estrangeiras”, a continuidade da tradição religiosa professada em sua terra de origem. O que falta para se disporem à Missão se o norte e o centro do Brasil clamam por missionários? O que falta para que o audacioso projeto “Igrejas Irmãs” se tornar efetivamente realidade? Como será a Igreja católica num próximo tempo vindouro, se esta opção formativa dos Ministros ordenados perseverar e ganhar mais espaço? 


CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este momento nos parece desafiante por conflitos internos: de um lado, sabemos o que deve ser feito, temos documentos e pronunciamentos que apontam numa direção saudável para o exercício do ministério presbiteral, o desejo sincero de muitos bispos e presbíteros alicerçam a reflexão na direção da comunhão e participação, Igreja Povo de Deus, ser resposta aos desafios da evolução cultural deste momento. No discurso, a linguagem é de libertação e comprometimento, trazem esperança de renovação. Em algumas Igrejas Particulares isto, de fato, acontece. Por outro lado, sentimos um marasmo crescente, uma conformação ao que está estabelecido e um enquadramento da vida pessoal e social dentro de normas e leis. Poderíamos chamar de “pastoral da continuidade”, fazer apenas o que está prescrito sem se dar conta das reais necessidades do povo e sem um projeto amplo para a Evangelização transformadora.
Concordamos que a estrutura paroquial é pesada e não corresponde aos tempos modernos. É preciso mudar e temos projetos concretos para a mudança: desconsiderar a paróquia territorial valorizando a dimensão afetiva do interesse particular (paróquia por afinidade: universitários, médicos, jovens, etc.); constituir a paróquia em rede de comunidades. Isto significa multiplicar as comunidades, multiplicar os ministérios leigos reconhecendo o protagonismo dos leigos e leigas, descentralizar a vida religiosa da matriz que passa a ser apenas uma comunidade como as outras.
A experiência tem mostrado que esta dinâmica favorece a Evangelização nestes tempos modernos, tempo de globalização e da cibernética, o povo clama por acolhimento e tratamento personalizado, contato pessoal e respeito ao seu ser diferente.
Certamente as exigências sociais influirão no perfil do presbítero neste mundo globalizado. A expectativa é que esse quadro sombrio se reverta e o Presbítero seja de fato, o Homem do diálogo, o Homem da relação, o Homem da esperança, o Homem resposta segundo o jeito do Homem de Nazaré.

FONTE:http://www.sav.org.br/?system=news&action=read&id=1256&eid=247