Da Redação da Canção Nova
Montagem sobre fotos / AP
Papa Bento XVI conversa com a tripulação da nave espacial Endeavour, em sua última missão
O Papa Bento XVI entrou em contato direto, via satélite, com os tripulantes da Estação Espacial Internacional (ISS) na tarde deste sábado, 21, às 13h11 (hora local). O encontro aconteceu por ocasião da última missão da nave espacial mais famosa do mundo, a Shuttle Endeavour, que encerra sua trajetória no universo com a "visita" do Pontífice.
"Estou muito contente por esta extraordinária oportunidade de conversar com vocês durante esta missão. A humanidade está experimentando um período de progresso extremamente rápido nos campos do conhecimento científico e das aplicações técnicas. Esta conversa me dá a chance de expressar minha própria admiração e apreço por vocês e por todos aqueles que colaboram para tornar possível sua missão. Mas isso é uma conversa, portanto não devo ser apenas eu o único a falar. Estou muito curioso para ouvir vocês me contarem sobre suas experiências e reflexões. Se vocês não se importarem, gostaria de fazer algumas perguntas...", disse um Bento XVI em tom de investigação e proximidade com os tripulantes da nave.
Primeira pergunta
O Papa destacou que, da Estação Espacial, é possível ter uma visão muito diferente da Terra, a partir da qual aparece com obviedade que todos os homens vivem juntos e o quanto absurdo seja lutar e matar uns aos outros. "Quando vocês contemplam a Terra aí de cima, perguntam-se sobre o modo como as nações e as pessoas vivem juntas aqui em baixo, ou sobre como a ciência pode contribuir para a causa da paz?".
O astronauta Mark Kelly (EUA) respondeu afirmando que não se veem fronteiras a partir do espaço, mas ao mesmo tempo se verifica que as pessoas continuam a lutar umas com as outras. Ele citou os conflitos no Oriente Médio e por recursos, como os energéticos, indicando que as tecnologias utilizadas no espaço podem ser adaptadas para a Terra e, assim, contribuir para a redução considerável da violência.
Segunda pergunta
Bento XVI salientou que um dos temas que frequentemente retoma em seus discursos diz respeito à responsabilidade que todos os homens possuem com o futuro do planeta, evidenciando os sérios riscos existentes para o desenvolvimento e sobrevivência das futuras gerações. "A partir do seu ponto de observação extraordinário, como veem a situação na Terra? Vocês percebem sinais dos fenômenos com os quais devemos estar mais atentos?".
O astronauta Ron Garan (EUA) disse que, ao mesmo tempo que é possível ver a beleza do planeta que nos foi dado, também se pode verificar o quanto ele é frágil. Ele destacou a maravilha de se perceber que é uma espécie de "papel fino", a camada atmosférica, que separa a vida na Terra do vácuo do espaço, bem como de pensar que todos os homens vivem juntos em um planeta em meio à escuridão do espaço. Por fim, indicou que a própria ISS, construída através de uma parceria de diversas nações, é exemplo de que somente com trabalho e cooperação mútuos se podem resolver muitos dos problemas que afetam nosso planeta.
Terceira pergunta
O Sucessor de Pedro explicou que, apesar da experiência extraordinária e muito importante que os tripulantes da ISS têm no espaço, voltaram à Terra e voltarão a viver como os outros homens, mas terão a autoridade de falar sobre suas vivências. "Quais são as mensagens mais importantes que vocês gostariam de dar, para os jovens, especialmente, que viverão em um mundo fortemente influenciado por suas experiências e descobertas?".
O astronauta Mike Finchke (EUA) indicou que a Terra é uma das mais belas obras que Deus fez e que uma das mais importantes mensagens é dizer às crianças e aos jovens que há um universo inteiro a se explorar em união.
Quarta pergunta
O Bispo de Roma recordou que a exploração do espaço é uma fascinante aventura científica, mas também uma aventura do espírito humano, um poderoso estímulo para se refletir sobre as origens e o destino do universo e da humanidade. "Quem crê em Deus, frequentemente olha para o infinito do céu, medita sobre o Criador de tudo, impressiona-se com o mistério da sua grandeza. É por isso que a medalha que eu dei a Roberto Vittori é um sinal de minha própria participação em sua missão, medalha que representa a criação do homem – como pintado por Michelangelo no teto da Capela Sistina. No meio de seu intenso trabalho e pesquisa, vocês chegam a parar e sobre isso – talvez até mesmo a fazer uma oração ao Criador? Ou será mais fácil pensar sobre essas coisas depois que tiverem retornado à Terra?".
O astronauta italiano Roberto Vittori disse que estar a bordo da ISS é um trabalho extremamente intenso, mas que todos têm a oportunidade de, quando chega a noite, olhar para baixo, para a Terra. "Quando nós temos um momento para olhar para baixo, a beleza das três dimensões do nosso planeta captura meu coração e eu rezo. Rezo por mim, pelas nossas famílias, pelo nosso futuro", disse.
Quinta pergunta
Bento XVI, por fim, dirigiu-se ao astronauta também italiano Paolo Nespoli. Disse que ficou sabendo que a mão de Paolo havia falecido dias atrás e que, quando esse voltasse à casa em alguns dias, não a encontraria mais a lhe esperar. "Todos somos próximos a você, também eu rezei por ela... Como viveu esse tempo de dor? Vocês se sentem distantes e isolados e sofrem com uma certa sensação de separação, ou se sentem unidos entre vocês e inseridos em uma comunidade que é próxima com atenção e afeto?"
O astronauta Paolo disse que as orações do Papa chegaram até a ISS e que seus colegas de tripulação estiveram próximos a ele neste momento. Saber que várias pessoas estavam unidas a ele neste momento trouxe grande consolo.
O contato
O Santo Padre acompanhou as imagens dos astronautas através de uma grande tela de vídeo, enquanto a bordo da ISS chegavam somente o som e as vozes. O contato via satélite durou cerca de 20 minutos.
Após uma breve introdução, o Papa fez cinco perguntas aos astronautas e concluiu com uma saudação. A partir daSala Foconi do Palácio Apostólico Vaticano, estavam presentes, juntamente com o Santo Padre, o presidente da Agência Espacial Italiana, Enrico Saggese; o diretor de Voos Humanos e Operações da Agência Espacial Europeia, Thomas Reiter; o Chefe do Estado Maior da Aeronáutica Militar Italiana, Giuseppe Bernardis.
Ao final do contato via satélite, agradeceu pela oportunidade, "que ajudou a mim e a muitas pessoas a refletir sobre importantes questões relacionadas ao futuro da humanidade. Desejo a vocês o melhor para o seu trabalho e para o sucesso de sua grande missão a serviço da ciência, colaboração internacional, autêntico progresso e pela paz no mundo. Continuarei a acompanhá-los em meus pensamentos e orações e prazerosamente concedo a Bênção Apostólica".
"Estou muito contente por esta extraordinária oportunidade de conversar com vocês durante esta missão. A humanidade está experimentando um período de progresso extremamente rápido nos campos do conhecimento científico e das aplicações técnicas. Esta conversa me dá a chance de expressar minha própria admiração e apreço por vocês e por todos aqueles que colaboram para tornar possível sua missão. Mas isso é uma conversa, portanto não devo ser apenas eu o único a falar. Estou muito curioso para ouvir vocês me contarem sobre suas experiências e reflexões. Se vocês não se importarem, gostaria de fazer algumas perguntas...", disse um Bento XVI em tom de investigação e proximidade com os tripulantes da nave.
Primeira pergunta
O Papa destacou que, da Estação Espacial, é possível ter uma visão muito diferente da Terra, a partir da qual aparece com obviedade que todos os homens vivem juntos e o quanto absurdo seja lutar e matar uns aos outros. "Quando vocês contemplam a Terra aí de cima, perguntam-se sobre o modo como as nações e as pessoas vivem juntas aqui em baixo, ou sobre como a ciência pode contribuir para a causa da paz?".
O astronauta Mark Kelly (EUA) respondeu afirmando que não se veem fronteiras a partir do espaço, mas ao mesmo tempo se verifica que as pessoas continuam a lutar umas com as outras. Ele citou os conflitos no Oriente Médio e por recursos, como os energéticos, indicando que as tecnologias utilizadas no espaço podem ser adaptadas para a Terra e, assim, contribuir para a redução considerável da violência.
Segunda pergunta
Bento XVI salientou que um dos temas que frequentemente retoma em seus discursos diz respeito à responsabilidade que todos os homens possuem com o futuro do planeta, evidenciando os sérios riscos existentes para o desenvolvimento e sobrevivência das futuras gerações. "A partir do seu ponto de observação extraordinário, como veem a situação na Terra? Vocês percebem sinais dos fenômenos com os quais devemos estar mais atentos?".
O astronauta Ron Garan (EUA) disse que, ao mesmo tempo que é possível ver a beleza do planeta que nos foi dado, também se pode verificar o quanto ele é frágil. Ele destacou a maravilha de se perceber que é uma espécie de "papel fino", a camada atmosférica, que separa a vida na Terra do vácuo do espaço, bem como de pensar que todos os homens vivem juntos em um planeta em meio à escuridão do espaço. Por fim, indicou que a própria ISS, construída através de uma parceria de diversas nações, é exemplo de que somente com trabalho e cooperação mútuos se podem resolver muitos dos problemas que afetam nosso planeta.
Terceira pergunta
O Sucessor de Pedro explicou que, apesar da experiência extraordinária e muito importante que os tripulantes da ISS têm no espaço, voltaram à Terra e voltarão a viver como os outros homens, mas terão a autoridade de falar sobre suas vivências. "Quais são as mensagens mais importantes que vocês gostariam de dar, para os jovens, especialmente, que viverão em um mundo fortemente influenciado por suas experiências e descobertas?".
O astronauta Mike Finchke (EUA) indicou que a Terra é uma das mais belas obras que Deus fez e que uma das mais importantes mensagens é dizer às crianças e aos jovens que há um universo inteiro a se explorar em união.
Arquivo
Endeavour levou 130 passageiros e lançou 3 satélites em 40 anos de missões
O Bispo de Roma recordou que a exploração do espaço é uma fascinante aventura científica, mas também uma aventura do espírito humano, um poderoso estímulo para se refletir sobre as origens e o destino do universo e da humanidade. "Quem crê em Deus, frequentemente olha para o infinito do céu, medita sobre o Criador de tudo, impressiona-se com o mistério da sua grandeza. É por isso que a medalha que eu dei a Roberto Vittori é um sinal de minha própria participação em sua missão, medalha que representa a criação do homem – como pintado por Michelangelo no teto da Capela Sistina. No meio de seu intenso trabalho e pesquisa, vocês chegam a parar e sobre isso – talvez até mesmo a fazer uma oração ao Criador? Ou será mais fácil pensar sobre essas coisas depois que tiverem retornado à Terra?".
O astronauta italiano Roberto Vittori disse que estar a bordo da ISS é um trabalho extremamente intenso, mas que todos têm a oportunidade de, quando chega a noite, olhar para baixo, para a Terra. "Quando nós temos um momento para olhar para baixo, a beleza das três dimensões do nosso planeta captura meu coração e eu rezo. Rezo por mim, pelas nossas famílias, pelo nosso futuro", disse.
Quinta pergunta
Bento XVI, por fim, dirigiu-se ao astronauta também italiano Paolo Nespoli. Disse que ficou sabendo que a mão de Paolo havia falecido dias atrás e que, quando esse voltasse à casa em alguns dias, não a encontraria mais a lhe esperar. "Todos somos próximos a você, também eu rezei por ela... Como viveu esse tempo de dor? Vocês se sentem distantes e isolados e sofrem com uma certa sensação de separação, ou se sentem unidos entre vocês e inseridos em uma comunidade que é próxima com atenção e afeto?"
O astronauta Paolo disse que as orações do Papa chegaram até a ISS e que seus colegas de tripulação estiveram próximos a ele neste momento. Saber que várias pessoas estavam unidas a ele neste momento trouxe grande consolo.
O contato
O Santo Padre acompanhou as imagens dos astronautas através de uma grande tela de vídeo, enquanto a bordo da ISS chegavam somente o som e as vozes. O contato via satélite durou cerca de 20 minutos.
Após uma breve introdução, o Papa fez cinco perguntas aos astronautas e concluiu com uma saudação. A partir daSala Foconi do Palácio Apostólico Vaticano, estavam presentes, juntamente com o Santo Padre, o presidente da Agência Espacial Italiana, Enrico Saggese; o diretor de Voos Humanos e Operações da Agência Espacial Europeia, Thomas Reiter; o Chefe do Estado Maior da Aeronáutica Militar Italiana, Giuseppe Bernardis.
Ao final do contato via satélite, agradeceu pela oportunidade, "que ajudou a mim e a muitas pessoas a refletir sobre importantes questões relacionadas ao futuro da humanidade. Desejo a vocês o melhor para o seu trabalho e para o sucesso de sua grande missão a serviço da ciência, colaboração internacional, autêntico progresso e pela paz no mundo. Continuarei a acompanhá-los em meus pensamentos e orações e prazerosamente concedo a Bênção Apostólica".
Nenhum comentário:
Postar um comentário