sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Seminário deve proporcionar experiência de ser discípulo de Jesus

FONTE: CANÇÃO NOVA. COM

O Seminário deve proporcionar aos futuros sacerdotes a experiência de serem discípulos de Jesus, a fim de que possam ter forças para encarar um mundo em que vigora a ditadura do relativismo e há uma luta aberta contra os tradicionais valores cristãos, morais e éticos.

Essa é a opinião compartilhada pelo
presidente da Organização dos Seminários e Institutos do Brasil (Osib), padre Paulo Dal'Bó, e pelo diretor espiritual do Seminário Arquidiocesano São José, de Niterói (RJ) - e também presidente da Organização dos Seminários e Institutos do Brasil (Osib) para o Regional Leste 1 da CNBB -, padre Demétrio Gomes.

Os dois sacerdotes se valem de um recente discurso de Bento XVI a integrantes da Assembleia Plenária da Congregação para a Educação Católica para falar sobre o tema da formação sacerdotal.

"O discipulado p
recisa ser bastante demarcado. Só pode anunciar quem tiver a experiência pessoal com Ele. Na sua primeira encíclica, Bento XVI lembrava que o cristianismo não é ideologia, mas um encontro pessoal. Como o sacerdote é o homem que irá transmitir esse Deus, deve ter, no tempo do Seminário, uma experiência profunda, de discipulado, com o Senhor", destaca padre Demétrio.

Já padre Paulo salienta que a formação para o sacerdócio deve buscar novas maneiras de se concretizar na realidade contemporânea, mas sem cair no risco de se desviar da essência do ministério ordenado. "É uma preocupação conjunta diante de todo o apelo desse período de mudança de época, isto é, como oferecer aos formandos uma linguagem atualizada sem perder a essência, que é o seguimento a Jesus".

Fidelidade

A fidelidade aos ensinamentos da Igreja é um ponto fundamental para que a formação possa ter garantias de seguir o caminho correto. "Num mundo permeado desta cultura relativista, o homem quer viver uma moral arbitrária, sem limites, e acaba tirando a verdade de cena. Uma das funções primordiais do sacerdote é exatamente o munus docendi, ou seja, o ofício de ensinar a verdade do Senhor. Daí a importância da fidelidade ao Magistério da Igreja como garantia de formação dos futuros sacerdotes segundo a verdade", explica padre Demétrio.

Nessa perspectiva, para que a missão de anúncio do Evangelho seja eficaz, é preciso seguir uma espécie de guia pedagógico no caminho com Jesus:
1 - Conhecer; 2 - Amar, encantar-se; 3 - Seguir; 4 - Anunciar. "Aí o anúncio é consistente, porque vai ter passado pelo processo de conhecimento, encantamento e seguimento", declara padre Paulo.

Deserto e Comunidade
Outro ponto destacado pelo Papa em seu discurso é a importância dos tempos de deserto e, também, da vida comunitária no período de formação. Como achar o equílibro entre ambos?

"O deserto é como um símbolo da formação espiritual do candidato ao sacerdócio, que deve ser trabalhada e mais aprofundada nesse tempo de Seminário. No entanto, ele não entra em choque com a formação comunitária, a vivência de família. À medida que o seminarista se torna mais de Deus - e isso vale para todos os cristãos –, também se torna mais dos seus irmãos. O deserto não isola o sacerdote do mundo, mas o torna mais doado aos irmãos", ressalta o diretor espiritual do Seminário fluminense.

O presidente da Osib, padre Paulo, destaca que a linguagem imediatista do mundo faz com que reservemos pouco tempo para a escuta e o deserto interior. "É preciso proporcionar que o formando tenha esses momentos, seja através dos retiros, das visitas constantes ao Santíssimo Sacramento, ressaltando que a intimidade com o Pai deve ser colocada em prática na relação com os irmãos".

Nenhum comentário: